quarta-feira, 28 de setembro de 2016

E a Chanel vai para...

Não tenho perfil para heroína, e confesso os filmes dos super heróis nunca foram os meus preferidos. Obviamente conheço alguns que me preencheram as tardes de sábado ou domingo de sofá e manta, mas nunca fui aficcionada por esse conceito de ser humano que tem super poderes (nada naturais) e que, se for um dos bonzinhos, os aplica a salvar o mundo e arredores, se for um dos vilões, os aplica a fazer precisamente o contrário. 
E já que hoje me deu para pensar sobre estas coisas (sem importância nenhuma, estou certa para a maioria) importa referir ainda outra ideia que me desagrada ainda mais. Na tela, como na vida real, por trás de um bom herói tem que estar sempre um maléfico vilão, cujos papéis secundários não se comparam ao seu papel principal: ajudar a destacar as boas práticas do primeiro.
Por isso aqui em casa - contra rumores, factos e argumentos -, não habitam nem super heróis nem super heroínas, apenas pessoas de "carne e osso", com dias bons e dias maus, que se esforçam para praticar o bem (o seu e o dos outros) mas que também têm os seus momentos menos bons (em que apetece mandar tudo e todos à fava e ver se entre mortos e feridos alguém escapa).
Meus queridos, capa de heroína não tenho e nunca tive, a não ser nas histórias aos quadradinhos, que se guardadas tivessem sido cheirariam com certeza a mofo. Já uma carteira Chanel era muito bem vinda ao meu closet e faria uma figuraça com o meu outfit.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Ano novo, escola nova

E tudo acaba bem quando começa bem! 
Em 24 horas já tiveste tempo para novas amizades, para seres recebida com alegria e emoção, para partilhares tudo isto com a mãe e com o pai que, de surpresa, não quis deixar de partilhar contigo este grande momento.
"Nunca é tarde para ter um novo objetivo ou sonhar um sonho novo", Lewis.
Que traces os teus objetivos, recuperes os pedaços dos teus sonhos e cries com a delicadeza, alegria e entusiasmo que em ti reconheço, um novo sonho - mais bonito, à tua medida, capaz de mostrar-te o ser especial que és.
Amo-te. Bom ano!

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

E já sou quase crescido, mamã!

Mais uma etapa na tua vida querido filho. 
Parece que foi ontem que entrei no Hospital de S. João ansiosa por conhecer-te e sair contigo nos braços, e reparo agora que o tempo voou. Cresceste filho, e coube-me hoje, depois de há seis anos o ter feito com a tua irmã, levar-te pela primeira vez para escola para "socializares".
Estes anos em casa da avó foram anos de ouro pequeno príncipe, hás-de recordá-los com carinho para sempre. Hás-de sentir saudades dos abraços, dos beijinhos, do colinho carinhoso, dos lanchinhos preparados com amor e dos soninhos desfrutados ao som de uma história do antigamente. 
Estou certa de que esta avó terá para sempre um lugar especial no teu coração e na tua vida. Não esqueças: ontem foste tu a procurar o seu colo, o seu abraço e o seu mimo; amanhã recebe-a de coração aberto quando ela procurar a tua mão, o teu mimo e o teu abraço.
Foste um herói querido filho! Deixei-te à porta de uma sala que já foi minha, com uma senhora de cara simpática e sorridente, que te recebeu de olhos arregalados como quem recebe um presente especial. 
Com relutância ficaste sem um choro ou um ai. Relembrei-te a história que te fez dormir na noite passada. Colocando a tua pequena mão do lado esquerdo do teu peito guardei-me no lugar mais especial de ti, para sempre que o miminho chegue, a saudade aperte e a vontade de ir para casa seja crescente, e a tua perspicácia fez-te entender que apesar de te virar as costas e ir, um pedaço de mim fica sempre contigo.
De facto, a professora Isabel está longe de perceber o quão especial és tu, meu presente divino. O tempo mostrar-lhe-á a ternura, a meiguice, a boa disposição, que lhe confio todos os dias de coração apertado.
Amo-te filho.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Declaro-te uma "Super Heroína"

Hoje não me apetece falar-te, nem abraçar-te, nem tão pouco ouvir a tua voz. Estou triste! Cansada com a vida, cansada contigo mas não de ti!
Continuo a amar-te, mais do que aquele primeiro dia em que te vi e dos meus braços não saíste mais. Cresceste! Contigo cresceu este amor mas também as preocupações, e confesso nunca pensei que crescessem tanto (de forma galopante nos últimos três anos).
Sei que me amas, da mesma forma intensa e mimalha que te amo. Sei que sou "chata, má, egoísta, injusta", e uma grande quantidade de adjetivos nada simpáticos aos meus ouvidos e tão saborosos à tua boca.
É provável que tenhas razão! De facto, poderei ser algumas vezes isso tudo, e muito mais, estou certa que sim! Mas sabes filha, não consigo ouvir-te dizer nem mais uma vez que não és capaz! Que não consegues! 
Não consigo compreender que refiles e te insurjas de forma estridente sobre algo com que não concordas, num tom de má criação, e dois minutos depois chores descontroladamente entre um misto de cordeiro e lobo mau.
Oh querida filha, acima de tudo gostava que fosses capaz de, com humildade, olhar a vida que tens e ser agradecida.
Estarei apenas cansada como dizes!? Sem paciência após mas um dia esgotante!? É muito provável, mas mais uma vez deixei que me cortassem o pio! Desta vez permiti que fosses tu, uma pirralha de oito anos! 
Falei.... pedi que ouvisses!
Falaste... algumas das tuas verdades feriram-me! Ouvi-te!
Voltei a falar!
Choraste mais!
Sorrateiramente saí de cena e fechei a minha boca com um zipper.
Vim para casa sozinha. O colo da avó nestas alturas sabe ainda melhor. Olho o relógio. Passaram duas horas e continuo assim. Muda! Sem uma palavra dita de viva voz! Mil pensamentos invadem o meu cérebro, e uns tantos sentimentos confusos apertam o meu coração. Revolta?! Resignação?! Amor?! Saudade?! Loucura?! 
Aqui. Agora. Espero apenas o descer do pano, aguardando as cenas do próximo episódio, ou apenas o romper de um novo dia! 
Marteladas contínuas na minha cabeça não me deixam dormir, e se por um lado o meu corpo se entrega a uma preguiça quase mórbida, por outro o meu cérebro não se cansa de repetir as verdades que tu não sabes.
És muito mais do que aquilo que imaginas minha filha! Não fazes ideia no orgulho que tenho na criança solidária, preocupada com o próximo, carinhosa e meiga, em que te tornaste. És um exemplo de boa amiga, neta amorosa, filha preocupada e atenta, e aluna responsável, só preciso que não desistas de ti, entendes? Que não desistas de fazer voar os teus sonhos, mesmo que um vento forte ou uma tempestade insista em os derrubar. Só preciso que te levantes após cada queda não calculada e não receies a próxima queda (mesmo que te esfole os joelhos ou os cotovelos). Só preciso que confies em mim, para te apoiar, para te ouvir, para te abraçar, para te proteger... 
Não me subestimes Leonor, mas acima de tudo não te subestimes! És poderosa! Mais do que imaginas! És brilhante, juro filha! Será dessa capa invisível de "Super Heroína"?
Não receies partilhar comigo as tuas alegrias (ou tristezas), os teus sucessos (ou insucessos). Ao teu lado estarei sempre. Na tua vida serei uma estrela mas serás tu, a mais brilhante das estrelas no palco da tua vida! 
Amo-te!
Ps. afinal a bicicleta "grande" é apenas uma bicicleta. E mais um desafio vencido e um medo ultrapassado. És o meu orgulho!