quarta-feira, 29 de julho de 2015

O que adoro demais em ti!

Ainda agora fiquei sem ti e já tenho saudades.
Hoje pediste para dormir em casa da avó e fui incapaz de dizer que não aos teus olhos esbugalhados e ao sorriso desejoso da tua avó em desfrutar de ti. 
O teu irmão dorme e eu estou aqui nas pesquisas noturnas que faço diariamente, uma tentativa frustrada de adormecer. Encontro um vídeo que me fez lembrar de ti e o aperto do meu coração é agora gigante. O vosso quarto sem ti é vazio e a minha cama cheia de uma saudade apertada.
Vejo e revejo imagens do tempo em que as tuas pernas eram pequeninas, as tuas mãos rechonchudas e o teu cabelo cachos de anjo. 
As tuas imagens passam e vejo como cresceste filha! Os meus olhos brilham de uma emoção frustrada. Não gostava mais de ti naquela altura do que gosto hoje, pelo contrário, o meu amor por ti, a minha adoração por cada pormenor do teu ser, cresce diariamente contigo, mas confesso-me saudosa deste teu eu ido, um eu que foi muito meu, que me dava mimos a toda a hora, que transmitia uma alegria explosiva, que adormecia no meu colo como se fosse o meu regaço o único sítio do mundo seguro para um ser tão pequenino.
Naquela altura, no vídeo, terias cerca da idade atual do teu irmão, cerca de 3 anos, talvez um pouco menos, mas eras já muito despachada, a alegria em pessoa, uma pequena coquete que já avizinhava poder vir a ser uma bailarina exemplar. 
Sei que hoje a nossa vida é diferente mas continuo a olhar para ti da mesma forma deslumbrada, com a mesma paixão do primeiro dia, incrédula de que algo tão perfeito tenha sido concebido e gerado por mim.
A minha esperança, o meu esforço diário é criar algo tão bonito por dentro como és por fora... 
Adoro o teu sorriso, desdentado e tão doce! 
A tua alegria explosiva e que faz vibrar todos à tua volta! 
Adoro as tuas cantigas desafinadas e os teus bailaricos com piqué tour en dehors e grand pliés.
Adoro o teu ar teatreiro, de cabeça de cartaz de uma qualquer revista novelesca do Sá da Bandeira. 
Adoro as tuas saídas de gente pequena que já sabe o que diz e faz corar todos os que te rodeiam à gargalhada.
Adoro a tua inocência de quem nada sabe da vida e o teu nariz empinado que pensa que tudo sabe.
Adoro as tuas saias rodadas e os teus tops às florinhas, recordam-me sempre que ainda és uma menina apesar de ver-te crescer tão depressa.
Adoro a tua trança e os teus cabelos brilhantes, os teus grandes laços coloridos e o teu olhar a pedir mimo.
Adoro tudo em ti M. e acredito que és um anjo que veio à terra apenas para me tornar melhor pessoa.

domingo, 12 de julho de 2015

É boca doce e é bom!

Sempre gostei mais de salgados que de doces mas já é bem velhinho o ditado que diz que "o doce nunca amargou" e, vai daí, que depois de um domingo a três (sem avós e sem pai), um domingo de pequeno almoço em casa, almoço em casa, sesta em casa... decidi surpreendê-los com um lanche fora de casa, e fora de regras e fora de horas, ou seja, um final de dia muito "out". E foi bom! Foi delicioso! Foi boca doce para esta mãe que, apesar de gostar mais de salgados, baba com a doçura dos sorrisos mais mimalhos e mais felizes lá de casa.
Para ti J. pai, nunca habituados a viver sem ti mas sobrevivendo!

terça-feira, 7 de julho de 2015

Over the rainbow

O orgulho que eu tenho de ti, do teu ar responsável mesmo conhecendo bem quando o teu coração pequenino bate cheio de receios e medos.
Estarei sempre, para ti M.,
 "num qualquer lugar para além do arco-íris"
Outro dia disseste que eu sou uma estrela na tua vida mas eu tenho orgulho em ser apenas um pirilampo que brilha orientando o teu caminho, tornando-o luminoso e pontapeando qualquer receio ou medo. Mas sabes pequena M. a estrela na nossa vida és tu filha e hoje provaste-o mais uma vez... foste tu a estrela que mais brilhou fazendo resplandescer os olhos de todos e enchendo-os de um brilho choroso de orgulho e vaidade.
Há momentos, sentada naquela casa tão grande, e que este ano conta mais três anos que tu, reuni em mim toda a concentração do mundo. Esqueci que nesta casa (tão grande) éramos muitos, senti que éramos apenas nós, eu e tu, como tantas vezes o fomos numa sala bem mais pequena que esta mas muito mais acolhedora (a nossa, da nossa casa) e, por momentos, recordei os dias em que chegada da escola não te apetecia tocar (15 minutos apenas que fossem). Recordei ainda a pouca vontade que tinha em ouvir-te, durante escassos 15 minutos sentada, porque tinha a panela da sopa a reclamar lá da cozinha ou apenas porque também eu, depois de um dia de trabalho exaustivo, queria apenas este sofá, silencioso e melancólico, sem ter que pensar se o dedo 1 ou 3 estavam pousados e na fita certa, e se o teu clic clac estava perfeito sem lembrar pés de bailarina vaidosa.
Não foi um percurso fácil, para ambas. Mas chegaste filha, e conseguiste! As flores são tuas, o mérito é muito mais teu que meu, mas confesso que para além do orgulho que senti em ver como cresceste e evoluíste, senti um orgulho enorme em mim (desculpa a falta de modéstia), por ter conseguido não desistir de fazer-te conseguir, por todas as corridas contra o tempo, por todas as manhãs de sábado que deixei de dormir apesar do cansaço, pelas vezes em que me atrasei para os almoços de família ao sábado e não consegui evitar as caras feias do avó. Conseguiste filha! E conseguiste-o tão bem! Permite-me que diga que consegui também. Deixa-me brindar contigo... deixa-me pendurar orgulhosamente uma foto da nossa cumplicidade! Muito bem, visto o meu rosto de cinzento, que não é preto nem branco, não é cor nenhuma  mas respeito... esquece a foto! Abraça-me então apenas e segreda-me ao ouvido um obrigada. Ou então, não! Não o digas, olha apenas o profundo do meus olhos e deixa que leia essa palavra segredada no mais profundo dos teus. Parabéns minha pequena violinista.