domingo, 14 de dezembro de 2014

We are family!

Calções, túnica e jardineira Coobie
Meias natalícias ZIPPY
Há dias assim, em que as surpresas pequeninas, repletas de carinho, com cheiro a Natal e sabor a família, nos enchem o coração. E, esta surpresa, longe de imaginar surpreender de forma surpreendente os surpreendidos, chegou com sabor a presente de aniversário, em dose dupla, e, por isso, não podia ter chegado em melhor altura!
A curiosidade instalada dá lugar ao fascínio, o olhar brilhante vê-se invadido de uma chuva miudinha a que, aqui no Norte chamamos de "chuva molha tolos" e o coração que palpitava ansiosamente desesperado, dá de surdina lugar a um coração que com saudade recorda um final de manhã bem passado, num apelo constante aos orgãos dos sentidos.
Uma sessão natalícia deliciosamente aproveitada e simpaticamente partilhada. Obrigada Mary Poppins - Childcare e Elisabete Covelinhas.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O melhor do meu dia #24

Já ninguém faz 37 anos... só eu me dou a estes luxos!
Não foi um dia especial foi apenas mais um dia... de trabalho, de enxaquecas, de stress e correria, como, aliás vivo agora todos os meus dias. A diferença foi que, neste dia, soprei duas velas (3x7=21), e com dificuldades sérias pois tinha dois ratinhos a quererem soprar os 37 em vez de mim.
Tive mais beijos e abraços do que habitualmente tenho nos outros dias, tive também alguns mimos especiais que, obviamente, não espero ter nos outros dias, contudo, ainda assim foi mais um dia em que não me permiti viver, não sem ti, não sem nós, não assim!
Agradeço o mimo mais especial deste meu dia, que chegou como já tantos outros, por mãos que não as tuas. Conheces-me bem! Sabes que gosto de ser mimada, mais ainda por ti, mas deixa-me que te confesse, que te segrede ao ouvido e toque a tua alma... este mimo foi apenas parte de ti - do teu lado romântico, que gosta de agradar e surpreender - e eu gosto do teu todo e não apenas de uma parte de ti! Este mimo de um vermelho escarlate amoroso teve ausência do teu perfume e ficou longe de me abraçar no colo como faz o teu abraço. Este mimo que da minha boca roubou um sorriso nervoso e dos meus olhos uma lágrima de tristeza ficou longe de roubar-me a gargalhada feliz que me provoca a melodia da tua voz.
O melhor do meu dia foi o teu mimo ausente, a tua lembrança tristemente vivida... foste tu presente sem estares por perto.

domingo, 30 de novembro de 2014

Dois irmãos e uma casa

Esta não é uma casa portuguesa, mas fica tão bem na nossa! 
De ano para ano, e de há uns largos anos a esta parte, que pensava em construir a famosa casa de tradição alemã e que hoje faz sucesso em tantas casas de outros países da Europa e da América. "The Gingerbrad House" - Casa de Gengibre, uma casa totalmente comestível, que começou a ser feita na Alemanha, no início de 1800, e habita cada vez mais as casas portuguesas, com certeza.
Por isso, ontem comprei uma para montarmos. Apesar de não ser exatamente o que esperava (esta não é comestível), graças à casinha de imitação de gengibre, tivemos um pós almoço bem animado cá em casa. 
Nas minhas pesquisas descobri que há quem defenda que as casas de gengibre foram inspiradas na história infantil João e Maria, em que duas crianças abandonadas na floresta encontram uma casa feita inteiramente de guloseimas. E, bom, posto isto não resisti! O final da manhã foi passado no sofá, a três, a conhecer a história dos dois irmãos perdidos na floresta e "salvos" por uma miragem imprópria para diabéticos. Sentada, com a minha Maria e o meu João, os confiteiros que após o almoço não tiveram mãos a medir, deliciei-me a vê-los assistir a toda a história de olhos arregalados. Não sei se recearam a bruxa ou a dor de barriga que os chupa-chupas gigantes e as gomas coloridas lhes pudesse causar, sei apenas que ao início da tarde o resultado não foi delicioso como esperávamos mas muito muito giro! 
E por cá, nesta casa a que gosto de chamar lar, cheira cada vez mais a Natal, já o cheiro a gengibre só mesmo do incenso! ;)

sábado, 29 de novembro de 2014

Em modo Christmas!

Respira-se Natal... Em casa, na rua, por toda a parte. E nós que adoramos esta quadra ganhamos fôlego em cada lufada de ar natalício que entra. 
Cá por casa a árvore posa vaidosa no sítio de todos os anos desde o final do mês de novembro... o pai esteve por cá e, por isso, aproveitamos para não deixar quebrar a tradição. Fizemos deste domingo "o domingo de montagem de árvore" um dos dias mais especiais do ano cá em casa. Música natalícia, lanchinho de chá e bolinho caseiro, sorrisos e abraços, presenças amigas para o primeiro ligar de luzes e umas caras larocas que se deixam deslumbrar com o pisca pisca bailarino ora aqui ora acolá.
Recordo bem o dia em que nos apaixonamos por ela... esta árvore, ainda que artificial, é já parte da nossa história, conta cada Natal da história da nossa vida... primeiro a dois; depois a três, em 2007 com o primeiro Natal da M. e, desde 2012, a quatro. Na altura, tínhamos a certeza que nesta árvore teriam que caber todos bons momentos e por isso escolhémo-la grande e frondosa, capaz de nos seus ramos pendurar bocadinhos de nós... da nossa história... dos nossos momentos... da nossa alegria... capaz de transmitir que aqui se vive amor.
Amanhã, ambos sabemos, que olharemos esta árvore com outros olhos... mais tristes... só em vésperas de Natal este gigante iluminado, tal como os nossos corações, voltará a brilhar num intermitente piscar de emoções.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Mãe galinha ao quadrado

Acabadinha de chegar. Tempo apenas para tirar os sapatos depois de um dia em que tudo aconteceu.
Muito trabalho, correria nos corredores numa contagem crescente e decrescente, corrida contra o tempo numa tentativa quase furada de cumprir uma promessa, compromissos adiados para depois de amanhã, um telefonema que me custou a alma, uns olhos tristes e um sorriso enganador, uma filha tão   adoravelmente crescida que amo mais e mais a cada dia, uns olhos chorosos que imploram colo de mãe e uma testa escaldante num corpo tão pequenino e frágil que me obrigo a largar num colo quente e meigo de avô.
Chamem-me mãe galinha, patética, provinciana... mas passar 24 horas do meu dia a quilômetros de distância dos meus duendes, numa ida rápida de avião à  capital, e deixar para trás o duendezinho pequenino doente - com febre, ranho, choro, dores de barriga e a pedir miminho da mãe - custou e muito. 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Quem sai aos seus...

A M. está cada vez mais crescida!
Já não quer golas ou golinhas, prefere túnicas!
Já não quer vestidos de princesa, com bordado inglês e laços grandes, prefere leggins!
Os sapatos feijão azul marinho saem cada vez menos da caixa e, em vez deles, nos seus pés sapateia umas botas à cavaleiro. 
Atrás de si não esquece o livro, o caderno de notas e a caneta cor-de-rosa com que escrevinha, escrevinha muito, cada vez mais! Às vezes frases telegráficas outras vezes adoráveis começos que, sabemos lá nós, quais os fins que terão.
Vum... vum...
sopra o vento, a chover e diz
"Eu sou o vento, a chorar e a fazer birra".
Vum... vum...
cai a neve no pátio,
este cobre-se de um manto branco, enfim...
Assin. ML a escritora de 6 anos

Ps. Espiei, confesso! Adorei o que li... tenho uma lágrima no canto do olho!
"A minha mãe é muito bonita! Adorava ser como ela".

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Pão pão, queijo queijo

Há coisas de filho que não se dizem a um pai... contem-se 6 ou 36!
Há coisas de pai que nenhum filho merecia ouvir. Nestes casos o melhor é respirar fundo, e contar sem parar!
Há desabafos que engolidos a seco fariam menos mal, que o mal que fazem quando boca fora saem desenfreados. Engolir sapos faz parte!
Há palavras que o vento não leva e ficam suspensas sobre as nossas cabeças como nuvem negra carregada de tempestade... Hoje, amanhã, para sempre.
Há tempestades que entram portas a dentro, e tomam conta da casa a que chamamos lar, mais fortes que furacão, mais destruidoras que Dia de Apocalipse. Mas felizmente depois da tempestade, a bonança!
Há furacões que tomam a forma de meninos e meninas e que a nosso lado se erguem monstruosamente nos fazendo parecer visíveis apenas a microscópio. Invisíveis a olho nu!
Há meninos e meninas que não são monstros, não são bruxas, não saíram da tumba em noite de Hallowen mas que, dia após dia, parecem fazer um esforço grande em deixar para trás o brilho inocente que lhes particularizava o olhar. Ai se os meus olhos falassem!

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Encontro de Mães 2014 - valeu muito a pena!


Uma tarde de outono de S. Martinho... com sol e temperatura de final de primavera; com folhas pintadas de uma paleta de tons amarelos, castanhos e vermelhos que pincelaram as mesas de cores da época; com uma abóbora menina colhida de propósito para um encontro de meninos garotos; com uma luz de fim de tarde, de uma beleza ímpar contemplada do cimo de um 9º andar, onde as pessoas são formigas e os telhados parecem ao alcance de uma mão esticada; e, com sorrisos... muitos sorrisos, felizmente mais do que esperaria num dia de sol radioso em que a praia aqui ao lado convidava a um mergulho. Sorrisos gentis, de bem com a vida, rasgados sem "verniz", despreendidos, solidários, de mulheres e mães, de pais também que não quiseram faltar, de meninas e meninos alegres... sorrisos lambuzados de pasta de açúcar colorida de cupcake que nos toca o coração.
Uma tarde de outono solidária... com um menino que vale por tantos meninos, que nasceu crescido e capaz de suportar os abraços apertados de tantos meninos que como ele sonham com dias melhores.
Uma tarde que se repete, no mesmo registo, num novo formato... com as emoções à flor da pele, registadas pelo olhar atento da objetiva de quem também é mãe e sabe a importância da palavra amor; com conversas e abraços de amizade; com sonhos e projetos para o futuro; com caras já conhecidas, que o ano passado não faltaram, mas também muitas caras novas, simpáticas e carinhosas com que tive a felicidade de me cruzar.
Uma tarde de outono tão minha, tão nossa, tão deles... que aconteceu... que nos tocou a alma... que valeu a pena... que não acaba aqui!

sábado, 25 de outubro de 2014

Encontro de Mães Porto 2014 #parte 2

Amanhã todos os caminhos vão dar à Trindade.
Por aqui, cansada mas feliz, os últimos preparativos para uma tarde animada.
No meu coração a sensação eufórica de dever cumprido e a tristeza receosa de que o objetivo final possa não ser cumprido - adesão e contribuição.
Para mim, uma pessoa de fé, tudo vale a pena quando a alma tem tamanho de gigante. 
Amanhã, pelas 16 horas, no Porto Trindade Hotel, espero mães e filhos, muitas caras desconhecidas mas que, como eu, acreditam que um pequeno gesto pode mudar tanta coisa. 
Amanhã, lá no fundo do meu coração sei que uma causa nobre move corações nobres e que coração de mãe não resiste a beijos lambuzados, a abraços apertados, a mãozinhas pequeninas, a bochechas escarlate, a sorrisos sinceros de orelha a orelha. O projeto que neste meu mote de esperança abracei tem nome próprio, de menino reguila que, como o J. cá de casa e tantos outros meninos de outras casas, gosta de correr, saltar, brincar e sentir que é amado. Amanhã, mães ou futuras mães, todas seremos um pouco mães deste menino/projeto que quer crescer e distribuir sorrisos por tanta tanta gente. O projeto O Joãzinho, da Associação Humanitária "um Lugar para o Joãozinho", procura construir um lugar melhor para todos os "joãozinhos" do nosso país - uma ala pediátrica de referência a nível nacional e internacional, capaz de consolidar a diferenciação, a competência e a excelência técnica, formativa e de investigação aqui tão perto, no Centro Hospitalar de S. João.
"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena". Até amanhã!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Encontro de Mães do Porto 2014 #parte 1

Hoje sou uma pessoa mais feliz que ontem e, estou certa, no próximo domingo serei uma pessoa mais feliz que hoje.
No domingo, 26 de outubro, não serei feliz sozinha porque entendo que tudo que há de bom na vida só faz sentido se partilhado e vivido intensamente. 
Estou segura de que é esta vontade insatisfeita de querer sempre mais, que faz esticar os meus dias e as minhas noites. Que me faz sonhar acordada e acordar em sobressalto com mil ideias que, a mil à hora, escrevinho no bloco que tenho sempre na mesinha de cabeceira, para que cada detalhe se registe dentro ou fora de linhas, antes mesmo de uma manhã de esquecimento vazio.
No domingo terei mil motivos para viver... a família unida em modo "matar saudades"; um grupo de mães de coração grande que como eu fazem esticar tempo e vontades, em prol de algo mais que o seu próprio umbigo; um sol magnífico de outono; uma causa que nos faz pensar que lugares melhores não se constroem com estalares de dedos mágicos, não caem das nuvens, não dependem de génios da lâmpada... lugares melhores nascem de gente comum, de coração grande e humilde, de pessoas que não se conformam e acreditam que só de um grão uma galinha não enche o papo!
Por isso, no próximo domingo todas as mães do Porto estão convidadas para um chá, que não será pelas 5 mas antes pelas 4 da tarde, e que apoiará um projeto com nome próprio e que, tal qual os nossos filhos, cresce com o mimo de todos - do que contribue com um singelo abraço até ao que sustenta e acompanha.
Impossível de fazer crescer este projeto sozinha desafiei algumas pessoas especiais, na sua maioria mulheres empreendedoras, que o abraçaram comigo. E, mais uma vez, fico fascinada com "a gente da minha terra". Mulheres que lutam pelos seus sonhos e projetos, vivendo por vezes dias complicados, mas que não viram a cara a boas causas; mulheres que são mães e que sabem a importância de cultivar para que um dia todos possam colher; enfim, mulheres que admiro e a quem agradeço nas minhas orações por saberem a importância das palavras - PARTILHA, GENEROSIDADE, ESPERANÇA.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Apetites

Sem vontade de rir, mas também nem por sombras chorar.
Sem vontade de ser, menos ainda de pensar.
Sem vontade de viver, disfarçando suportar. 
Sem vontade de dormir, com medo de não acordar. 
Sem vontade de mimar, sabendo que não posso negligenciar.
Sem vontade de comer, receando não aguentar.
Sem vontade de ir, sem vontade de ficar... permanece a incerteza de um dia voltar.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

20 razões para amar-te

Hoje provaste mais uma vez que a distância geográfica que nos separa não é mais forte que o sentimento que nos une e, num bouquet de lindas rosas vermelhas, lembraste as 20 razões porque amar-te é tão simplesmente fantástico e tão fantasticamente simples.
1. Porque és o companheiro de sempre e o melhor amigo.
2. Porque és um gato, e adoro ronhonhar contigo. 
3. Porque acordas sempre de bom humor.
4. Porque criaste duas obras de engenharia humana perfeitas - os nossos filhos - e me fizeste mãe.
5. Porque és de uma humildade que invejo.
6. Porque tens um coração grande, que pensa primeiro nos outros.
7. Porque és a minha alma gêmea.
8. Porque a doçura nos teus olhos quando falas da minha mãe me comove.
9. Porque também choras de alegria e de saudade, sem vergonhas nem tabus, ensinando ao nossos filhos que os homens também choram.
10. Porque és simpático e bem falante.
11. Porque cuidas de ti com vaidade mas não descuidas dos outros.
12. Porque estejas onde estiveres sentimos que estás aqui - a tua presença na nossa casa sente-se em cada objeto, em cada conversa, em cada canto.
13. Porque me fazes rir, me fazes chorar, me fazes bem...
14. Porque fazes brilhar os olhos da nossa filha, reflexo talvez do brilho dos teus olhos, quando brincas, falas ou simplesmente a contemplas.
15. Porque abraças o nosso filho com uma ternura deslumbrante.
16. Porque o que vivi antes de ti ficou pequeno face ao que já vivemos juntos.
17. Porque não és um desistente és uma chama de esperança que quer ser fogo.
19. Porque conversar contigo é tão fácil que faz a conversa com os outros parecer fútil. 
20. Apenas porque sim!
Obrigada J. pai por partilhares comigo uma vida tão preenchida de tudo. 20 anos de uma caminhada de amor maravilhosa.
Obrigada por estares aí mas não descorares quem aqui ficou, no sítio de sempre. Nós por aqui continuamos a sentir o teu perfume todas as manhãs.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Calcular tempo sem tempo: nove vezes fora, nada!

Nunca fui excelente aluna a matemática, talvez por isso (mas não só) o caminho me tenha levado para a área de Humanidades, fugindo aos números e aos problemas (para problemas já basta os das nossas vidas!). Contudo, de uma coisa tenho a certeza, e não preciso de prova dos nove nem grandes contas de somar ou subtrair para perceber que, através de um cálculo mental simples, o meu tempo - o nosso tempo - está já destinado e calculado. E não falo de um cálculo a curto prazo, mas de anos longos de uma vida - a nossa.
Há quem diga que com o tempo eu me habituo, os miúdos se habituam, tu te habitues... treta! Não há quem se habitue! Eu não me habituei ainda, ao fim de um longo e desesperante ano - ver-te partir às segundas-feiras de madrugada e ver-te chegar 15 dias depois numa quinta-feira à noite é dose para cavalo e não para girico; os miúdos não se habituaram a sentir falta do pai e a matar saudades de 15 em 15 dias, durante um curto fim-de-semana, ou uma vez por mês quando não pode ser mais. Tu, estou certeza, não te habituaste ainda a viveres a tua família sem cheiro, sem toque, sem sabor, e apenas por detrás do ecrã de um computador, todos os dias quase à mesma hora (uma hora marcada) nos dias em que a internet nesse fim do mundo dá um ar da sua graça e enche a nossa casa de esperança. 
Não me habituei, não me habituarei e recuso a habituar-me! A suster a respiração durante mais de 20 dias por mês (não fala, não mexe, não respira...) e viver apenas 8 dias (... já está!)
E voltar a este ciclo uma, duas, três, quatro... vezes sem fim durante um ano.
Não foi isto que pensamos para nós. Não foi isto que pensamos para os nossos filhos. Não foi assim que sonhamos viver esta caminhada a dois.
Se tem que ser? Sim tem!
Se não há solução? Não não há, antes houvesse!
Se é por pouco tempo? Nem pensar... os meus cálculo mentais (para mim que nunca fui excelente aluna a matemática) só me dizem que 2+2 são quatro, que "a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa" e que este problema matemático não tem resultado à vista. Portanto, tirada a prova dos nove... nove vezes fora, nada!

domingo, 21 de setembro de 2014

Gosto de ti desde aqui até à lua

M. nada em ti há que eu não goste. Gosto de ti desde o dedão do teu pé até ao fio mais rebelde do teu cabelo. E a cada dia que passa os meus olhos de mãe vêem que cresces a uma velocidade alucinante, desesperadamente aflitiva e contigo cresce o meu amor... em altura, largura, comprimento e profundidade! 
Contigo cresce ainda uma saudade absurda de ti, filha! De abraçar-te no meu colo e sentir-te tão pequenina! De aplaudir os teus primeiros passos alinhados e a forma carinhosa como pela primeira vez chamaste por mim. 
Tenho saudades de ti, filha! De entrançar o teu cabelo sem horas rotineiras a impedir risadas e abraços! De abraços melosos e beijinhos à chinês e uns olhos gigantes que me olham de forma estrelar! 
Tenho saudades de ti, amor que de um milhão é o primeiro, que aprendi a gostar desde aqui até à lua.
Gostar mais de ti filha, é impossível! Gosto de tudo que fazes - as danças e contra-danças; as poses de violinista de nariz empinado e o clic-clac desajeitado; os desenhos com corações e flores cor de rosa com contornos exagerados; as brincadeiras de faz-de-conta em que vestes tantas vezes a minha pele; o jeito nervoso como dizes ok quando te chamam a atenção e vejo em ti a vontade de virar costas mas a obrigação responsável de ouvir até ao fim; o arregalar de olhos pestanudos quando ficas eufórica de alegria; a boquinha de cereja quando te aborrece ouvir as verdades - a verdade dói filha mas é sempre a melhor opção; o pestanejar de olhos digno de qualquer estrela de Hollywood quando para ti a conversa tem segundas, terceiras ou quartas intenções; até as tuas vontades próprias, tantas vezes para mim um embaraço, são o meu orgulho, porque mostram que tens opinião e não te conformas apenas com a opinião dos demais.
Um dia, quando eu for quase uma estrela (e junto da lua tu me contemplares com saudade) peço que gostes tanto das minhas danças e contra-danças desajeitadas pela idade como hoje gosto das tuas, que tenhas o amor e a paciência para as minhas "birras" como hoje eu tenho para as tuas, me olhes com a admiração e candura com que hoje os meus olhos observam todo o teu ser.
Amo-te meu amor número um.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

De volta às rotinas...

Acordamos cedo. De borboletas na barriga e um brilho no olhar nada ensonado.
Tudo preparado a tempo e horas de um primeiro dia curioso, excitante e de reencontros.
Ao final da manhã as borboletas na barriga voaram boca fora. Um primeiro dia que começou curioso e excitante e que ficou virado do avesso, com uma barriga do tipo montanha-russa, uns olhos teatrais - tristes e melosos - e uma cabeça - de cabelos ressequidos pelo sol que ostentam um te-ré-ré com cheiro a cloro de piscina e sabor a água do mar salgada -, recostada no meu ombro. 
Não foi o primeiro dia de escola perfeito, longe esteve de o ser, mas seguimos com a certeza de que dias melhores virão. Dias de muito trabalho - para ti querida M. e para mim -, de correrias e atrasos, de birras e culpas doridas, de emoções à flor da pele, de muitos sóis e caras sorridentes, de pulos, saltos, sorrisos vibrantes, de dias em que a vontade é quase baixar as armas e outros (muitos mais) em que a vontade é correr atrás e fazer sempre melhor.
Este é mais um dos primeiros dias da tua vida pequena e adorada M. e eu, tua mãe rabugenta, exigente, refilona, que tantas vezes grita em vez de falar, estarei sempre aqui, ao teu lado, a partilhar sorrisos e conquistas mas também oferecendo o meu ombro de mãe para os momentos mais teatrais da tua vida.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

De asas cor de rosa...

Desde anteontem que o mundo ficou menos cor de rosa. Não tenho qualquer dúvida disso. Sempre que uma princesa parte, leva consigo parte do encanto deste mundo. Acreditar que outro lugar ficou mais "pink" não é difícil, difícil é aceitar que a lei das coisas seja esta - cruel, que faz doer tão profundamente.
Sei que muitas "nonós", e muitos "afonsos", e muitas princesas e príncipes partem diariamente deste mundo... muitos mais são, até, aqueles que nunca viveram uma vida de conto de fada e cuja vida alguma vez teve cor ou brilho, mas, não sei se pelo nome, não sei se pela força que esta pequena traquina tinha, com ela foi-se um pouco da minha esperança.
Dirijo muitas vezes a minha voz a Deus, através das minhas orações... Falo com ele! Uma conversa unilateral claro, mas sei que ele me escuta e isso para mim basta. Sou crente! Sim, acredito em algo maior e mais forte que tudo isto à nossa volta, faço votos para que um dia, os meus filhos também respeitem essa força maior que tantas vezes nas noites nos alenta. 
Contudo, desde anteontem que estou especialmente triste com Deus. Essa tristeza está instalada no meu coração de mãe, que sofre quando lá por casa um simples corte no dedo acontece, daqueles por onde nem tripa fina nem tripa grossa cabe. Nenhuma mãe concebe dor maior que a dor de perder um filho!
Os meus filhos não são mais que os filhos de outras mães, são filhos, e isso explica tudo!
Princesas vestidas de longos vestidos cor de rosa, guerreiros de espada e escudo na mão, fazem muita falta por cá. Nenhum mundo sobrevive durante muito tempo sem a magia, sem a inocência que também nos caracterizou enquanto crianças, sem o brilho no olhar que lhes é característico e que tudo revela - a esperança, o amor, a alegria...
Estamos em modo de sobrevivência há tempo demais.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

O melhor do meu dia #23

Chegar ao fim de um dia de trabalho com a sensação de dever cumprido. É bom!!! É muito muito bom!!!
Como diz a cantiga "hoje foi o primeiro dia do resto da minha vida". Estou a exagerar claro! Mas deixo estas quatro paredes, a minha secretária, a porta por trás de mim, com um sentimento gratificante de dever cumprido. Na minha boca um travo deliciosamente saboreado de "yes, we did it". Sei que faltam ainda três dias para que tudo termine e possa respirar de alívio mais uma vez, depois de tantas vezes já respiradas e de tantas outras por respirar. Continuarei a correr corredores; a ouvir o tocar de chamadas desesperadas de SOS; a contar mais pessoas que lugares; a falar um inglês cada vez mais seguro, com muitas gaffes pelo meio e sempre muitos gestos à mistura; a engolir um pastel de bacalhau à hora de almoço; mas, depois de hoje, sinto que somos capazes de tudo.
É bom quando depois do esforço chega o reconhecimento. E não minto, é bom o reconhecimento dos outros, o abraço agradecido de quem tem a certeza estar em boas mãos e lê nos nossos olhos a vontade de fazer bem, e cada vez melhor, a segurança das afirmações, o negar do impossível. É bom sentir que vestimos a pele que melhor nos serve... eu gosto de a sentir em mim, acho que me fica bem e que faço boa figura nela.
Não costumo falar sobre a minha vida profissional neste espaço tão meu, tão pessoal, tão nosso... mas como não poderia fazê-lo hoje se é essa parte da minha vida que leva o meu sorriso para casa? Como não falar hoje do gozo que esta dá à minha vida? Da força com que faz tantas vezes pulsar o meu coração e sentir a adrenalina percorrer todo o meu corpo?
Felizmente gosto do que faço, talvez por vezes goste mais do que devia, mas é este também o sonho que comanda a minha vida.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O que se esconde no bolso da M.?

O bolso da M. é pequeno, podia guardar uma Little Pet Shop das mais de 20 que tem, ou um elástico de cabelo cor de rosa, ou ainda um dos rebuçados de mentol  que o "tio das gaitadas" lhe oferece e que ela tanto gosta.
O bolso da M. é acolhedor porque nele guarda tesouros que cuida com carinho e esconde segredos que protege dos olhares curiosos.
O bolso da M. tem cheiro a alegria e sabor a beijos.
O bolso da M. pode não ser o maior do mundo mas é tão grande quanto o seu enorme coração - lá dentro cabe um amor felpudo e saltitante, um amor bebé, de orelhas e rabo arrebitados, de dentes que picam como agulhas; um amor antigo, negociado, conquistado, alimentado por longos e persistentes meses, segredado ao coração dos avós; um amor de criança - sincero, cheio de vida, entusiasta, que ora vive de risos ora vive de lágrimas.
O bolso da M. esperou meses a fio para ser habitado, soube esperar pacientemente, forrou-se do mais puro amor, revestiu-se de alegria e foi salpicado de 
O bolso da M. é um bolso de criança, poderia haver melhor lugar para receber esta surpresa?
A Estrelinha - o nosso cão de bolso, com chupeta e tudo

terça-feira, 26 de agosto de 2014

O Manel que podia bem ser o meu J.

O J. adora comboios... onde é que eu já ouvi isto?!
Por isso, com os 10 euros que o avó N. deu para que o menino nas férias comesse gelados ou comprasse um brinquedo de praia decidi que seriam mais bem empregues num livro. E, no fim-de-semana, lá fomos nós passear à Bertrand, sim porque cá em casa, desde o maior ao mais pequeno, comprar livros é sempre motivo de festa e de grande alegria. São tantos os livros nas prateleiras, mas nem assim o que se compra é considerado apenas mais um. Pelo contrário, é acarinhado, lido e relido, ocupa lugar de destaque durante semanas ou meses, até que venha o próximo. Depois há os clássicos claro, que têm sempre um cantinho especial na prateleira do quarto e de lá não saem, de lá ninguém os tira! 
Então, sábado lá foi o J. escolher o seu livro. Confesso que a compra não foi solitária, aliás sou da opinião de que deve ser acompanhada (há muita porcaria por aí) mais neste caso em particular pois o J. é ainda muito pequeno para conseguir permanecer atento apenas a uma prateleira (tudo o que vê o entusiasma) e fazer uma escolha acertada sem deixar-se entusiasmar por capas coloridas e com bonecada! Pelo menos julgava eu! Felizmente os meus pequenos monstrinhos adoram livros... felizmente a oferta de qualidade em livros infantis é cada vez maior... ainda assim a mãe procurou orientar sem, no entanto, forçar a compra deste ou daquele. E a escolha do J. não podia encher-me mais as medidas! Primeiro porque admiro a autora do livro pela sua humildade e simplicidade, porque já muito tinha ouvido falar do Manel no blog da Tânia e achei-o a cara do meu J., e ainda porque na simplicidade das palavras e das imagens estão afetos.
Já lemos e relemos a história do Manel, o menino que gostava de comboios vezes sem conta. Uma história que podia bem ser a história do meu J., aliás, o próprio muito satisfeito repetiu a história colocando-se como protagonista. De comboio na mão, um brinquedo que muitas vezes o acompanha e tão parecido ao comboio do Manel, o meu J. pequenino foi o Manel por um dia e de hoje em diante todas as vezes que ele quiser - o Manel acarinhado pela mana, o Manel que dá a mão à avó, o Manel de cabelos cor d'oiro e olhar curioso e meigo, o Manel que um dia conheceu por dentro um comboio da estação de Santa Apolónia. O Manel da Tânia Ribas mas também os nossos Afonsos, Joões, Rafaeis, Pedros,  what ever... os nossos meninos "pouca terra, pouca terra".

domingo, 24 de agosto de 2014

Nós por cá, depois de uma semana por lá!

Depois de uma semana em terras algarvias, longe de tudo e de todos - sem telemóveis sempre que possível, ipad só para fotografias, sem televisão ou outras tecnologias - a pensar só a quatro, a desfrutar de sol e calor, com pouca praia (água mais fria que no Norte) mas muita muita piscina, bons pequenos almoços e excelentes jantares, muita animação e boa conversa, a conhecer gente gira sem sair do mesmo sítio a semana inteira - com carro parado (à exceção de um dia para fazer a vontade ao paladar num dos nossos restaurantes de eleição do Algarve) - desfrutando do dolce fare niente, eis que foi tempo de, por terras do Norte, fechar com chave de ouro os últimos dias de férias.
E devo confessar, quando pensei que por cá os últimos dias teriam um sabor agridoce eis que tive uma agradável surpresa. Foi bom, foi divertido, foi não parar para não lhe perder o gosto!

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Rei por um dia!

Rei sem trono e sem coroa, de balde de praia na mão e chapéu panamá na cabeça.
Rei de sangue escarlate e cabelos d' oiro. De pé descalço e creme protetor no nariz de campainha.
Rei que gosta de ir nu, que aprende a fazer xixi sem fralda e dorme ao som das gargalhadas de outros pequenos reis.
Rei João Pequeno, de coração de gigante e olhos de uma ternura exemplar. 
Rei num pequeno mas poderoso reinado - o meu coração - ontem, hoje e sempre, ainda que em sete dias da semana apenas por um dia.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O melhor do meu dia #22

Ontem. Final do dia. E uma conversa animada, num triângulo (não amoroso mas muito divertido) que me juntou a duas pessoas que muito prezo e com quem gosto de dois dedos de conversa de quando em vez.
Duas mulheres, um homem. Um tema polémico, que resultou numa discussão acesa mas muito interessante. Não falamos sobre religião, política ou futebol, nada teve a ver com sexo, mas no fundo, bem lá no fundindo, vai a ver-se e teve tudo a ver com tudo. 
No final, e depois de conhecermos posições diferentes - que ora se complementavam ora se alteravam (porque só não muda de opinião quem é burro!) -, estivemos tentados a tornar a coisa pública. Reservar um espaço (não um cantinho qualquer pois como dizia um de nós "os cantinhos já estão mais do que fora de moda") mas um auditório de uma faculdade (não qualquer uma, apenas a melhor) e fazer subir a palco a Trissecção do ângulo by...
Por acaso, confesso, lamentei que a discussão não tivesse sido a quatro já que assim seríamos a mais recente Quadratura do círculo (uns mais redondos e outros mais quadrados).
Utopias à parte. Há realmente episódios da nossa vida que começam com a seriedade que os próprios merecem e terminam reflexo do que somos - com boa disposição e gargalhadas sonoras!
É tão bom estar quase de férias... o mundo à nossa volta ganha outra geometria!

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Mãe, minha mãe

O J. está cada vez mais engraçado. 
Está na fase das malandrices, das birras, do falatório, dos pontapés e das correrias, de subir paredes e saltar de e para cima de tudo!
O J. nunca foi um bebé referência (que se encaixam nos percentis ideais e fazem as mamãs descontraírem com conta, peso e medida) mas é, desde o primeiro momento, o meu bebé fofo, o meu pequeno piratinha de perna de pau, o meu "amor pequenino"!  É daqueles bebés irresistíveis! Pequenote - tem pouco mais de 2 anos e todos julgam que tem 18 meses -, de pernoca torneada, de cabelo de anjo - de caracóis e cor de sol -, de olhos cor de avelã e boca doce como mel... o meu J. é  a little english men. E desde que este pequeno homenzinho entrou nas nossas vidas tudo mudou... O J. fez-nos ver que na vida nada é definitivo, que a vida e a morte estão tão tão proximamente ligadas que arrepia os pêlos dos nossos braços; que o amor chega para todos e não há amores maiores ou menores, apenas diferentes; que filhos são uma benção e que se a vida a três é boa, a quatro é melhor ainda; que meninas e meninos são mesmo muito diferentes, não é treta, é mesmo verdade; que o segundo filho já nasce a saber partilhar e tem o trabalho diário de conquistar o seu espaço; que o dia continua a ter 24 horas mas os minutos e as horas parecem esticar como nunca antes visto... o meu segundo filho faz-me ver o mundo com outros olhos, cada vez mais ternos e humildeS. Se a M. me transformou numa nova pessoa, o J. reinventou-a e, os dois juntos, diariamente, desafiam o melhor que cresce em mim!
Todas as manhãs desfruto do seu jeito dengoso. Ainda com um andar adormecido, arrastando atrás de si uma boneca de cabelos esbranquiçados (que o Pai Natal trouxe para a irmã mas que o J. adotou como sua), sobe a minha cama e deita-se ao meu lado. Cola-me um beijo nos lábios e com grande facilidade troca os fios do cabelo da sua boneca (sedosos mas tão artificiais) pelas pontas do meu cabelo que enrola nos seus pequenos dedos e, aí, começa uma sessão de "mimimis" que me faz apetecer ali ficar, deitada, até à eternidade.
Estes dias, em que ando mais preguiçosa e o corpo já pede férias, tenho desfrutado ao máximo deste acordar especial. E se especiais estas manhãs já o eram, no fim-de-semana fui brindada com o melhor do romper do dia.
Qual má disposição?! Qual meia hora de cara de poucos amigos?! Qual espaço e tempo para acordar?!
O meu little english man fez seguir à sessão de "mimimis" a expressão mais doce, mais terna que eu podia ouvir e assim a foi repetindo, vezes sem conta, durante todo o fim-de-semana: "Mãe! Minha mãe!"... a seguir ao abraço, ao beijo, ao sorriso, à lágrima, a frase mais doce e que derrete o meu coração.
O jeito com que a diz, bom, é do melhor! Um ar safado, sabedor do efeito que tão singelas palavras têm nesta mãe babada. 
Os meus filhos são realmente a minha grande benção e só tenho a agradecer os dias em que entraram na minha vida.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Mãe "leoa" num coração de manteiga

Depois que me tornei mãe, consegui finalmente compreender esse amor incondicional, protetor e de leoa que as mães têm pelos filhos. Um amor sem data de caducidade, intemporal, que dura para sempre.
Hoje, há quem diga que sou uma dessas mães leoa, eu diria mais, que apesar de não ter a sua agilidade e força, tenho toda a sua energia quando dos meus filhos se trata. Cuido, acompanho, assisto... tenho dois bons motivos para nunca baixar armas, para estar sempre atenta a tudo e a todos, para que as minhas lutas sejam diárias e as minhas conquistas também.
Se juntarmos a esta "leoa" um coração de manteiga temos uma mistura explosiva que faz de mim a mãe leoa mais babada à face da Terra.

sábado, 12 de julho de 2014

E enquanto aguardo o euromilhões...

Há dias assim em que esta enxaqueca horrível traz uma tristeza medonha. Em que a tua ausência me dói mais, o teu sorriso me faz falta e as ruas não fazem sentido sem o teu perfume.
Há dias assim, em que uma simples ida à praia é despida de sentido. Nos olhos da tua filha vejo um lamentar penoso, que mergulho após mergulho revela a falta do teu abraço protetor, enquanto os meus olhos não descansam dos seus no meio da multidão e eu me sinto pequena demais para dois.
Há dias assim, em que almoçar fora de casa, nos nossos sítios do costume, só me traz nostalgia, em que a falta de apetite aumenta e afogo as minha mágoas em cafeína fresca com bolhinhas.
Há dias assim, em que 5 minutos de descanso é tempo demais, longos demais, sofridos demais!
Há dias assim, em que me canso de fazer de conta que não sinto, que não choro, que está tudo bem. 
Há dias assim, em que sinto falta de casa, da nossa casa, casa que somos nós mas também és tu. Dias em que peço a minha vida de volta, a vida que construí contigo.
Há dias assim, em que amor de mãe e pai não chega, em que amor de filhos ajuda, em que o teu amor apenas me confortaria.
Há dias assim... 

Doce como morango

Quem os viu e quem os vê! Cresceram os morangos... o ano passado tirei-lhe uma foto neste mesmo lugar e é bem notória a diferença. Para mim é sempre um bebé... o seu jeito dengoso, o seu tamanho "porta-chaves", o seu dedo na boca porque com a chucha nunca quis conversa, fazem-me olhar para ele e sentir que não cresce, que está sempre igual. Mas, afinal, o meu bebé está crescido! E tem cá uma cabeleira de anjo! Mesmo como a mãe gosta, com caracóis loiros e tudo!
Quanto aos morangos, são biológicos, cultivados pelo avó e pelos netos e por isso mais doces não podiam ser. Sabem a amor! 
E o bebé é muito guloso... contou cada um que meteu à boca sem lavar! Um! Um! Um! E os uns seguiram-se vezes sem conta!
Muita sorte o polo ser azul marinho. Ai se fosse branco!

terça-feira, 1 de julho de 2014

Conversas em banho-maria #2

Ana Teresa Silvestre ou Anita, para mim e para toda a gente, é uma jovem promissora no mundo da imagem e alguém a não perder de vista quando se fala de estar bem sem nunca comprometer-se.
Com apenas 28 anos veste o projeto A look a day um projeto na área de Consultoria de Imagem que acompanho diariamente, dedicando-se ainda à formação e ao coaching.
Apesar de ainda não ser mãe, Anita sabe bem que a maternidade pode trazer à imagem de uma mulher alterações e mudanças, por isso, de mente muito aberta, com uma curiosidade enorme, estivemos à conversa com a querida Anita (conseguimos espreitar-lhe a carteira e tudo) e o resultado é uma conversa em banho-maria que mais uma vez me dará um prazer enorme partilhar aqui.

A look a day apresenta-se como um projeto na área de Consultoria de Imagem. Afinal, em que consiste esta nova área profissional de que hoje tanto se fala?
A Consultoria de Imagem é considerada uma das profissões do futuro e, no nosso país, apesar de ainda muito recente sinto que as pessoas já vão tendo a informação e a noção de que existe dando-lhe a devida importância. Para mim, a Consultoria de Imagem tem que ver com o desenvolvimento pessoal, mais do que com Moda. Estilo é auto-conhecimento e ao trabalhar a imagem, ao olharmos para nós e saber o que queremos comunicar, acabamos por nos sentir melhor na nossa pele, mais confortáveis com o que o espelho retribui e mais confiantes. Cuidarmos de nós, aumenta a auto-estima e se aumenta a confiança também queremos cuidar mais de nós. Então este ciclo propicia-se com a Consultoria de Imagem... e eu adoro!

É um investimento da Anita em tornar as mulheres mais bonitas? Quando e como surgiu?
É meu objetivo fazer as mulheres (e homens, também) sentirem-se melhor consigo, mais confiantes e equilibrados. Uma dessas formas é através do melhoramento da imagem, sim. A outra, através do Life Coaching.
A ideia e vontade de me tornar consultora de imagem surgiu, curiosamente, do programa de televisão What Not to Wear, da Stacy e do Clinton. Adorava ver e achava que seria interessante fazer o mesmo – ser responsável pela grande mudança que se opera numa pessoa ao ver os seus melhores atributos realçados. Uma vez que estava profundamente insatisfeita com o que fazia na altura e querendo mudar de vida e trabalhar por conta própria, a Consultoria de Imagem pareceu-me a melhor opção. Não me desiludi. E tem compensado todos os dias.

Isso significa que existem cuidados básicos que todos devemos ter com a nossa imagem, certo?
Há cuidados básicos a ter connosco, o primeiro deles é mesmo pôr-nos em prioridade e amarmo-nos incondicionalmente. Isto significa aceitar os tais "defeitos" em que estamos sempre focadas. Depois, se nos temos em prioridade, será natural o cuidado com a pele; com a maquilhagem simples de dia-a-dia; em vestir o que nos fica bem, favorece e faz sentir bem; arriscar em sair fora da zona de conforto e usar peças e cores que nos destacam; pormos de lado aquelas peças já gastas e largas que não fazem nada de bom pela nossa imagem, etc.

Mas como se ter uma boa imagem sem ser fashionista?
Eu acredito que não é necessário ser verdadeira viciada em moda e em compras para se ter estilo e uma boa imagem. Mesmo sem paciência nenhuma para estas questões do estilo, é possível, com algum esforço inicial e planeamento, estar impecável todos os dias. Tem é que se apostar no auto-conhecimento – quem somos, do que gostamos, como é o nosso corpo e o que nos favorece, como é o nosso estilo de vida, quanto tempo tenho para me arranjar, etc. Depois há que olhar para o nosso armário e destralhar – tirar o excesso, o que já não nos diz nada, o que não faz sentido, está muito usado ou não faz nada de bom pela nossa imagem. Ao mesmo tempo, devemos olhar para o nosso guarda-roupa com outros olhos: como posso usar de maneira diferente as peças que tenho? Como as posso tornar mais versáteis e dar-lhes nova vida? Normalmente usamos a roupa sempre da mesma forma e acabamos por não dar rentabilidade ao investimento que fazemos. Com pouco é possível fazer muito, e utilizando mais o que temos, veremos que talvez nem seja preciso comprar mais. Mas desta análise, também podemos chegar a uma lista de peças em falta e atacar as lojas que nos agradam. Sem medo nem confusão, é começar por uma ponta e acabar na outra, procurando o que está na lista e pegando tudo o que nos agrada e até algumas coisas que nunca pensaríamos vestir, para justamente, experimentar tudo e sair um pouco fora da nossa zona de conforto! ;) Depois, uma boa imagem remata-se com o cuidado com a pele e uma maquilhagem simples no dia a dia – base ou BB Cream + corrector + pó + rímel e um toque de blush, é o que basta!

Parece-me que as mulheres de hoje estão mais atentas em cuidar de si, também é da mesma opinião?
Sim, acho que cada vez mais as mulheres tomam consciência da importância de cuidarem de si, por si, pelo bem da sua auto-estima. E começam a deixar de lado a ideia de que é egoísmo dedicar tempo a si próprias e ao seu bem-estar. Afinal, se tivermos bem connosco, quem mais beneficia são os outros, já que o nosso amor-próprio também se reflete nas relações que estabelecemos.

Estar bem passa apenas por vestir bem e usar roupas de marca?
Acho que estar bem não passa, de todo, por ‘vestir bem’ e usar roupas de marca. Conseguimos estar ótimas com peças da feira bem escolhidas, por exemplo. O que é importante é sabermos, justamente, o que nos fica bem e sentirmo-nos, assim, bem na nossa pele.

Mas é preciso investirmos tempo e dinheiro, certo?
Sou da opinião que é necessário investir mais tempo que dinheiro. Tempo dedicado a nós, exclusivamente. Para planearmos o que iremos vestir, para brincar com o guarda-roupa e experimentar novas conjugações, para cuidarmos da pele, para fazermos uma massagem, desporto e tomar as nossas refeições com calma. Como já disse, com pouca roupa, versátil, é possível termos imensos looks disponíveis, por isso, não acho que seja necessário investir muito dinheiro em roupa nem em marcas caras.

Onde faz as suas compras?
Não faço! (risos) Quer dizer, há imenso tempo que não vou às compras e, curiosamente, não é atividade que me seja muito apelativa, apesar de adorar fazer os Personal Shoppings com as clientes. Por isso, sei o quão cansativa pode ser uma tarde de compras e eu sou muito preguiçosa. E como não sinto necessidade de comprar coisas novas todos os meses, é normal longos tempos de seca consumista. Mas quando vou, é as lojas mais comuns – Zara, Mango, H&M, Primark… 

O que não pode faltar no seu guarda-roupa?
Os básicos - partes de cima brancas, boyfriend jeans, blazers, saias e vestidos – principalmente no verão, em que raramente uso calças.

E o que não deve faltar nunca no guarda-roupa de qualquer mulher?
Noto com as minhas clientes que há muitas que fogem de vestidos e saias e acabam por ter nas calças a sua zona de conforto. Mas não há peça mais feminina, fácil e versátil que um vestido e que tem o poder de nos fazer sentir lindas e poderosas. Por isso, pelo menos, um vestido, não pode faltar. 

Quais as suas sugestões para mães como eu: profissionais dedicadas, com mais de um filho, que acham que não têm jeito nenhum para questões de moda mas que gostam de estar lindas?
Acabam por ser seguir as mesmas regras das não fashionistas e principalmente recorrer ao planeamento. Com uma vida professional agitada e filhos à mistura, tempo é algo que não abunda, e pode bem ser a desculpa perfeita para algum desleixo… por isso, assim como se planeiam as refeições para a semana, façam o mesmo para os looks. Vejam as necessidades que vão ter e definam (ou tenham em mente) por antecipação, outfits práticos mas que saibam que se vão sentir confortáveis e lindas. Não deixem acumular coisas que não usam no armário que isso só complica na hora de vestir. Tenham sempre à mão kits de emergência contra nódoas e outros acidentes que se podem ter com filhos pequenos, principalmente. Se sentirem que não sabem para onde se virar para se organizarem neste sentido, peçam ajuda a uma consultora de imagem, por exemplo. ;)

Na hora das compras nós mulheres cometemos muitos erros?
Alguns, principalmente, por falta de método e planeamento. Por falta de auto-conhecimento ainda antes disto. Não sabendo o que queremos nem o que nos fica bem, qualquer coisa serve e podemos comprometer a nossa silhueta. Não experimentar as peças também pode originar muitos erros – no cabide é uma coisa, no corpo é outra. Experimentem sempre. E depois os tamanhos – não devemos usar a roupa muito justa mas muito larga também não, que nos faz parecer maiores ainda. O tamanho certo é o ideal e há que considerar sempre algum eventual arranjo – faz parte do processo de compras, não fiquem frustradas pelas peças não assentarem às mil maravilhas, é normal.

Qual o pior erro que podemos cometer em termos de imagem pessoal?
Não nos darmos a devida atenção e prioridade. Não nos darmos tempo de pensar em nós e descobrir o que nos fica bem, o que gostamos e que mensagem queremos transmitir.

Quem cuida mais da sua imagem, os homens ou as mulheres?
Embora os homens estejam muito menos feios, porcos e maus, e ainda bem, as mulheres ainda cuidam e dedicam-se mais à sua imagem, até porque continuam a ter mais opções e mais a tratar – é a maquilhagem, o cabelo, a depilação, as imensas hipóteses de peças de roupa, acessórios, etc. 

O que é mais importante – ser ou parecer ?
Embora a imagem seja algo que podemos manipular facilmente, idealmente a nosso favor e de forma honesta, penso que Ser é a base e a nossa imagem deve transmitir com veracidade as nossas melhores qualidades e essência.

É realmente verdade, a primeira impressão é que conta?
Não há, de facto, uma segunda oportunidade de criar uma boa primeira impressão e essa impressão (o que vestimos, a nossa postura, etc) constituem 70% da imagem que os outros criam sobre nós. Num primeiro contato, antes de qualquer conversa, é então, crucial, para definir a forma como vamos ser apercebidas e tratadas do outro lado. 

Desafiamos a Anita a abrir a sua carteira e espreitamos lá para dentro. O que nunca pode faltar… chave do carro, óculos de sol, carteira, bloquinho de notas e caneta, telemóvel, claro, um pózinho para reforçar o blush e uma garrafa de água, sempre.


PERGUNTAS DE “CLOSET” (resposta rápida sem tempo para quase pensar, caso contrário corremos o risco de não conseguir espreitar lá para dentro)
Magrinhas ou gordinhas? Mulheres
Olfacto ou visão? Visão
A sua peça preferida? Boyfriend jeans
O manual ou revista? Livros e internet
Espelho, espelho meu…. Tu hoje estás muito bem, sim senhora, és linda e fantástica! Repetir isto todos os dias para o espelho é um ótimo exercício! ;)
O melhor sítio para as suas compras? A Baixa, por ser uma zona ao livre e muito bonita, claro, e sempre com imensa gente cheia de estilo a passear que me permite realizar o meu passatempo preferido – olhar para pessoas a passar, analisar e imaginar histórias.
O acessório que não dispensa? Cinto para definir a silhueta sobre vestidos largos, casacos, etc
O look? Minimalista
Um estilo ou muitos estilos? O meu estilo
O que a inspira? As boas pessoas. De estilo, o pinterest é fantástico para obter inspiração.
Cor ou ausência dela? Básicos
BB cream ou base com boa cobertura? Base + creme hidratante = bb cream caseiro
As aparências iludem? Iludem mas também esclarecem e clarificam.
Keep it simple or … keep it really simple 

domingo, 29 de junho de 2014

Um filho nunca se vai...

Depois que um filho nasce jamais ele se vai... Quando ele nasce, as cores do arco-íris ficam mais vivas, o sol de um amarelo mais brilhante, as pétalas das flores mais viçosas e o céu torna-se de um azul mais profundo.
Depois que um filho nasce jamais ele se vai... O cheiro das flores é mais intenso, a chuva que nos cai no rosto ganha magia e a fruta mordida na praia um sabor mais doce.
Depois que um filho nasce jamais ele se vai... Com ele um novo eu nasce - mais maduro, mais choroso, mais entusiasta, mais solidário, mais receoso do dia seguinte... passamos a ser mais tudo e muito menos nada.
Depois que um filho nasce jamais ele se vai... desde esse dia que qualquer mãe deseja viver para que ele a possa ver partir, de cabelos grisalhos e rugas nas mãos. Nesse dia, o seu colar de pérolas será dele e todo o seu ser, nessa altura envelhecido e cansado, para ele não será mais que um recordar saudoso daquela que foi a sua mãe. 
Nesse dia seremos, nós mães, mais e menos felizes que hoje. Não mais recearemos os passeios da escola, as férias de verão na praia, as multidões, a piscina da casa do vizinho, os carros apressados na rua, as janelas abertas dos seu quarto nas noites de calor, as compras no shopping... mas também, e desse dia em diante, não mais olharemos os seus olhos brilhantes ao vislumbrarem o nosso rosto pela manhã, não mais sentiremos o seu abraço enquanto adormece depois de um dia de brincadeira, não mais ouviremos as suas risadas ou veremos as suas birras, não mais sentiremos o seu perfume ou pentearemos o seu cabelo.
Não estou preparada ainda. É cedo demais! 
Jamais estarei preparada! Será sempre cedo demais! 
Nenhuma mãe está, porque depois que um filho nasce jamais ele se vai e jamais nós conseguiremos deixá-lo ir!

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Picnic de amor renovado #parte 2

10 anos fez-nos pensar que o que temos não é uma coisa qualquer, é profundamente inspirador, pelos menos para nós e os nossos filhos… Que o que fizemos crescer não brotou do nada, foi cultivado com amor, cuidado com persistência e alimentado diariamente.
Basta para isso olhar (com olhos de ver), conhecer um pouco melhor os nossos filhos. 
Foram 10 anos a repetir nos bons momentos (muitos, felizmente) e nas difíceis etapas, a mesma curta e consciente palavra - SIM. Então, pensamos porque não voltar a repeti-la mais uma vez em voz alta? E se todos os que preenchem esta nossa caminhada, pudessem novamente ouvi-la? E se os nossos filhos o presenciassem pela primeira vez?
E foi bom! Ainda bem que o fizemos! 
Queríamos um dia especial com pessoas especiais. Queríamos um espaço informal, relaxado mas de uma beleza particular, aliás, tem sido essa a forma com que pautamos a nossa vida. Queríamos um ambiente íntimo, familiar, que nos enchesse o coração, capaz de trazer para aqui (este espaço que não é nosso mas de todos) um pouco do conforto de casa. Queríamos exatamente o que foi -  a nossa cara... a cara deles!
Adorei a alegria infantil da M. em cada gesto, a contemplar cada pormenor que ajudou a idealizar e construir; emocionei-me com o sorriso no rosto da minha mãe, com a felicidade que os seus olhos não esconderam, com a sua leveza de espírito; senti o orgulho do meu pai, no abraço forte, no beijo sentido; desejei que a minha irmã e a minha cunhada vivam um amor pleno, não igual ao nosso, mas igual ao que merecem, cheio, completo, maduro...
Enfim, este dia, não foi para nós apenas a renovação de um sim, foi a confirmação da velha máxima: “Nada é mais importante que a família!”