quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Mãe, minha mãe

O J. está cada vez mais engraçado. 
Está na fase das malandrices, das birras, do falatório, dos pontapés e das correrias, de subir paredes e saltar de e para cima de tudo!
O J. nunca foi um bebé referência (que se encaixam nos percentis ideais e fazem as mamãs descontraírem com conta, peso e medida) mas é, desde o primeiro momento, o meu bebé fofo, o meu pequeno piratinha de perna de pau, o meu "amor pequenino"!  É daqueles bebés irresistíveis! Pequenote - tem pouco mais de 2 anos e todos julgam que tem 18 meses -, de pernoca torneada, de cabelo de anjo - de caracóis e cor de sol -, de olhos cor de avelã e boca doce como mel... o meu J. é  a little english men. E desde que este pequeno homenzinho entrou nas nossas vidas tudo mudou... O J. fez-nos ver que na vida nada é definitivo, que a vida e a morte estão tão tão proximamente ligadas que arrepia os pêlos dos nossos braços; que o amor chega para todos e não há amores maiores ou menores, apenas diferentes; que filhos são uma benção e que se a vida a três é boa, a quatro é melhor ainda; que meninas e meninos são mesmo muito diferentes, não é treta, é mesmo verdade; que o segundo filho já nasce a saber partilhar e tem o trabalho diário de conquistar o seu espaço; que o dia continua a ter 24 horas mas os minutos e as horas parecem esticar como nunca antes visto... o meu segundo filho faz-me ver o mundo com outros olhos, cada vez mais ternos e humildeS. Se a M. me transformou numa nova pessoa, o J. reinventou-a e, os dois juntos, diariamente, desafiam o melhor que cresce em mim!
Todas as manhãs desfruto do seu jeito dengoso. Ainda com um andar adormecido, arrastando atrás de si uma boneca de cabelos esbranquiçados (que o Pai Natal trouxe para a irmã mas que o J. adotou como sua), sobe a minha cama e deita-se ao meu lado. Cola-me um beijo nos lábios e com grande facilidade troca os fios do cabelo da sua boneca (sedosos mas tão artificiais) pelas pontas do meu cabelo que enrola nos seus pequenos dedos e, aí, começa uma sessão de "mimimis" que me faz apetecer ali ficar, deitada, até à eternidade.
Estes dias, em que ando mais preguiçosa e o corpo já pede férias, tenho desfrutado ao máximo deste acordar especial. E se especiais estas manhãs já o eram, no fim-de-semana fui brindada com o melhor do romper do dia.
Qual má disposição?! Qual meia hora de cara de poucos amigos?! Qual espaço e tempo para acordar?!
O meu little english man fez seguir à sessão de "mimimis" a expressão mais doce, mais terna que eu podia ouvir e assim a foi repetindo, vezes sem conta, durante todo o fim-de-semana: "Mãe! Minha mãe!"... a seguir ao abraço, ao beijo, ao sorriso, à lágrima, a frase mais doce e que derrete o meu coração.
O jeito com que a diz, bom, é do melhor! Um ar safado, sabedor do efeito que tão singelas palavras têm nesta mãe babada. 
Os meus filhos são realmente a minha grande benção e só tenho a agradecer os dias em que entraram na minha vida.

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