terça-feira, 7 de julho de 2015

Over the rainbow

O orgulho que eu tenho de ti, do teu ar responsável mesmo conhecendo bem quando o teu coração pequenino bate cheio de receios e medos.
Estarei sempre, para ti M.,
 "num qualquer lugar para além do arco-íris"
Outro dia disseste que eu sou uma estrela na tua vida mas eu tenho orgulho em ser apenas um pirilampo que brilha orientando o teu caminho, tornando-o luminoso e pontapeando qualquer receio ou medo. Mas sabes pequena M. a estrela na nossa vida és tu filha e hoje provaste-o mais uma vez... foste tu a estrela que mais brilhou fazendo resplandescer os olhos de todos e enchendo-os de um brilho choroso de orgulho e vaidade.
Há momentos, sentada naquela casa tão grande, e que este ano conta mais três anos que tu, reuni em mim toda a concentração do mundo. Esqueci que nesta casa (tão grande) éramos muitos, senti que éramos apenas nós, eu e tu, como tantas vezes o fomos numa sala bem mais pequena que esta mas muito mais acolhedora (a nossa, da nossa casa) e, por momentos, recordei os dias em que chegada da escola não te apetecia tocar (15 minutos apenas que fossem). Recordei ainda a pouca vontade que tinha em ouvir-te, durante escassos 15 minutos sentada, porque tinha a panela da sopa a reclamar lá da cozinha ou apenas porque também eu, depois de um dia de trabalho exaustivo, queria apenas este sofá, silencioso e melancólico, sem ter que pensar se o dedo 1 ou 3 estavam pousados e na fita certa, e se o teu clic clac estava perfeito sem lembrar pés de bailarina vaidosa.
Não foi um percurso fácil, para ambas. Mas chegaste filha, e conseguiste! As flores são tuas, o mérito é muito mais teu que meu, mas confesso que para além do orgulho que senti em ver como cresceste e evoluíste, senti um orgulho enorme em mim (desculpa a falta de modéstia), por ter conseguido não desistir de fazer-te conseguir, por todas as corridas contra o tempo, por todas as manhãs de sábado que deixei de dormir apesar do cansaço, pelas vezes em que me atrasei para os almoços de família ao sábado e não consegui evitar as caras feias do avó. Conseguiste filha! E conseguiste-o tão bem! Permite-me que diga que consegui também. Deixa-me brindar contigo... deixa-me pendurar orgulhosamente uma foto da nossa cumplicidade! Muito bem, visto o meu rosto de cinzento, que não é preto nem branco, não é cor nenhuma  mas respeito... esquece a foto! Abraça-me então apenas e segreda-me ao ouvido um obrigada. Ou então, não! Não o digas, olha apenas o profundo do meus olhos e deixa que leia essa palavra segredada no mais profundo dos teus. Parabéns minha pequena violinista. 

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