segunda-feira, 16 de maio de 2016

Há luxos que não têm preço

Escrever é cada vez mais dar-me ao luxo de reservar tempo para mim. E o tempo para mim é cada vez mais escasso! 
Entre trabalho, escola, atividades dos miúdos, obrigações domésticas e obrigações familiares, pouco (ou nenhum) tempo sobra para o resto (o resto sou eu, diga-se!).
Encontro aqui - infelizmente cada vez mais raras vezes -, através das palavras que escrevo, um refúgio, uma forma ("a forma") de me sentir viva, de sentir que ainda por cá ando... lembrar-me por vezes que "penso, logo existo". Mas, de facto, a correria desenfreada em que se transformou a minha vida não permite dar-me a estes luxos - de escrevinhar sobre as minhas preocupações, obrigações, pretensões, e umas quantas outras palavras terminadas em ões.
E a vontade de escrever, contar, partilhar para que um dia possa ser recordado, acaba por não passar disso mesmo, de uma vontade... 
Esquecem-se as palavras porque há roupa para pôr a lavar; esquecem-se os episódios hilariantes e as histórias bizarras porque há miúdos a quem dar banho e pôr na cama; esquecem-se lamentos, saudades... poupam-se queixumes, lágrimas e até retórica porque, afinal, ao corpo devo fazer a vontade e descansar. É o que ele mais precisa. 
Vou dar-me ao luxo de viver um dia de cada vez. Boa noite!

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