sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Eu te batizo #parte1

Chegaste às nossas vidas de surpresa. Contrariamente ao que a tua mãe pensava não foste uma dor de estômago fruto de exageros gulosos. Foste um dom, uma benção, uma alegria imensa, um presente maravilhoso que o Menino Jesus escondeu bem no fundo do sapatinho e nos fez descobri-lo já vem perto de um novo ano.
Para mim, a possibilidade da tua chegada foi uma alegria enorme. Saber que passaria também ao estatuto de tia. E, contrariamente ao que possam pensar, não me importa nada a forma como me venhas a tratar, o que realmente importa é aquilo que me queiras vir a chamar de forma natural, que é como gosto de estar na vida.
Durante nove meses (longos nove meses de curiosidade e expectativa) vi-te crescer dentro da barriga daquela que foi sempre um dos maiores amores da minha vida. A menina mulher que aos meus olhos custa crescer. Que de pé descalço brincava comigo na rua, sem receios do bicho-papão, e que corajosamente afugentava qualquer obstáculo à vassourada. A menina mulher com quem partilhei roupas na adolescência e abraços na idade adulta. A menina mulher que hoje, apesar de aos meus olhos continuar uma menina, é mulher mãe. Mãe doce, com sabor a biscoito, mãe vaidosa que mima e cuida, mãe paciente que protege e resiste, mãe galinha que chora a ausência e celebra as conquistas.
Quando nasceste pequena M. depositei um beijo sentido de amor na tua testa, amanhã querida bebé da tia, caber-me-á abençoar-te com o sinal da cruz e mais uma vez, perante Deus e os homens, dar-te mais uma prova deste amor imenso que une a nossa família. De tia passarei também a madrinha e, se por um lado foi uma responsabilidade que aceitei com orgulho e humildade, por outro sei que o meu coração já é teu desde que nasceste independentemente de estatutos ou atos de fé.
Amanhã será o teu grande dia M. mas acredita também o nosso! Estaremos todos, familiares e amigos mais próximos, a comprometermo-nos em ajudar-te a caminhar certeiramente pelo caminho da vida. Da minha parte não te prometo a lua ou uma qualquer estrela do céu pois saberás desde cedo que a tua tia-madrinha não é fada-madrinha com varinha de condão, é mulher de carne e osso avessa a promessas impossíveis. Contudo, minha pequena princesa fica a promessa de dar-te todos os dias um pouco do céu na terra, nem que para isso tenha que superar medos e fobias e subir por qualquer escada ou pé de feijão. Para ti pequena M. desejo que conheças sempre a alegria eterna do sorriso de uma criança, a serenidade de uma madrugada de primavera, a doçura de um colo de mãe, a inocência de uma gazela, a segurança da palavra casa, a fantasia q.b que te faça olhar o mundo com as cores do arco-íris.
Assim seja!

1 comentário:

  1. Que bonito... palavras para quê, quando os teus atos dizem mais que mil palavras?

    O que ela te chamará, não sei, mas o sorriso aberto com que te recebe sempre que te vê, vale muito mais que a palavra "tia" ou "madrinha".

    Beijo e um eterno obrigada por serem os "segundos papás" da minha princesa.

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