terça-feira, 6 de agosto de 2013

Berra-me baixo...

Berra-me baixo e fala-me ao ouvido.
Faz-me escutar-te e não apenas ver que da tua boca saem palavras mudas que os meus ouvidos surdos não ouvem.
Berra-me baixo e fala-me a cantar.
Que as tuas palavras sejam música para os meus ouvidos num estilo que eu aprecio, qual violino que toco com cordas afinadas e dedos pousados nas fitas.
Berra-me baixo e faz-te entender.
Ensina-me a aprender a ser criança e não ditador pois, como tu, um dia serei crescida num mundo onde os ditadores são sozinhos.
Berra-me baixo e não me cuspas.
Oferece-me gestos exemplares para que seja mais fácil imitar-te já que és a minha heroína Mãe.
Berra-me baixo e não me arregales os olhos.
Mostra-me que no amor também há regras e que estás aqui para me ajudar a entendê-las e obedecê-las.
Berra-me baixo porque sim. Porque a cada grito teu, perpetua-se o meu silêncio.


http://mumstheboss.blogspot.pt/ 


ps. Com um carinho especial a todas as mães que como eu aceitaram o desafio da Magda objetivando ser melhores mães. E a todos os filhos que com o seu amor incondicional nos ajudam a procurar ser melhores pessoas. À Magda um agradecimento especial por tão desafiante desafio! 

1 comentário:

  1. Uma das mães que também abraçou este desafio partilhou com outras mães que estava a usar uns cartões vermelhos como estratégia para evitar o grito. Adorei a ideia e, introduzindo-lhe algumas novidades, cheguei a casa com ela - duas cartolinas: amarela e vermelha em tamanho suficiente para 4 cartões de cada cor e um nome para o dito jogo familiar "Sê bem educado e berra-me baixo", isto porque pensei que antes do vermelho teria que vir o amarelo como "estás a passar dos limites e se não te pões fininha vem por aí um cartão vermelho". Falei à M. do jogo que iríamos passar a jogar, identifiquei-lhe o nome que por si só lhe tomou a atenção, mostrei-lhe as cartolinas e expliquei-lhe as regras salvaguardando que seria um jogo a ser jogado por todos lá em casa - pai, mãe e M. mas que também se estendia à avó L. (com quem a M. passa muito tempo). A ideia de jogo agradou-lhe imenso... e bem, ao jeito da minha filha, tratou logo de opinar, melhorando em muito a ideia original dado o carácter do jogo, se me permitem: "Mãe, tratando-se de um jogo de amor... de família... o que achas de fazermos os cartões em forma de coração... 2 corações para cada um - um amarelo e um vermelho?". Achei a ideia deliciosa mais ainda a justificação!
    Lá em casa os cartões já não nos largam. O certo é que ninguém quer receber um cartão vermelho e ontem o treino de violino (que é sempre um momento complicado) foi um momento de amor! Mais uma vez obrigada Magda!

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