quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Conta-me histórias do sítio aonde eu não estou!

15 de janeiro... 2014... Céus! Quase meia-noite e deste dia enfadonho contam-se apenas alguns escassos minutos. O tempo passa... Voa!
Pudera eu voar com ele e chegar até ti ainda que por cinco minutos. Dar-te um beijo, segredar-te ao ouvido algumas histórias, passar as mãos pelo liso do teu cabelo - escuro, espesso e escorrido - e o enrugado do teu rosto - pesado pelos episódios de uma vida para mim demasiado curta.
Fomos mais do que o que todos pensam. Fomos amigas, cúmplices, parceiras. Partilhamos fofocas, histórias e segredos, risos, beijos e abraços (sentidos, humildes, sem hipocrisias), e o mesmo grande amor que tantas vezes nos aproximou e tantas outras nos afastou, tantas vezes nos tirou do sério e tantas outras nos derreteu o coração, que mimaste em criança e me escolheu para o mimar agora crescido, que nunca deixou de pertencer-te (um filho é para sempre) e ainda hoje a mim não pertence.
Ver-te partir, ainda que te sinta tão presente, foi dos momentos mais dolorosos que já vivi. Senti que foste arrancada de nós na pior altura. Esperei que te recusasses a partir cedo de mais. Confesso que tive esperança! Rezei para que te dessem força e tempo, só terias que aguentar dois meses e meio para conheceres um amor ainda maior. Aí fecharias os olhos num sentimento de dever cumprido e eu teria ficado grata.
Não foi realmente assim que tudo aconteceu. Partiste! Contigo levaste sonhos e frustrações mas deixaste-nos esperança no futuro. O meu filho, o neto que tanto desejaste e nunca conheceste, o símbolo de esperança mais reconfortante que podia ter entrado nas nossas vidas, nasceu! 
Continua a ser o seu anjo da guarda! Para ele serás sempre a avó S., que conhece apenas por fotografia e que pela voz da irmã, num apontar de dedo pequenino que quase toca o céu, é a estrela mais brilhante do céu a olhar atentamente por todos nós.

Sem comentários:

Enviar um comentário