quarta-feira, 5 de março de 2014

Faz hoje uma semana... e temos um queixo novo!

Faz precisamente hoje uma semana que a mãe da M (aqui a totó de serviço) a deixou no colégio para uma manhã de fichas de avaliação (uma manhã normal, normalíssima, julgava eu pelo menos!).
Cerca de 10h40 da manhã. A mãe em reunião e por isso com o telemóvel off; o pai em Lisboa (coincidência, também numa reunião); e, pobre M. nervosíssima, ensanguentada e em prantos.
A reunião da mãe durou quase toda a manhã e graças a Deus (Deus é pai!) desmarquei-me de uma outra que começaria logo de seguida. Saio a correr para fazer o mesmo de todos os dias - ir buscar a M. ao colégio para almoço, mas lembro-me de ver o telemóvel. Duas chamadas não atendidas do colégio e uma mensagem telegráfica do pai J - "Vai ao hospital XPTO pois a M esmurrou o queixo, mas fica tranquila! Já te ligo, tou em reunião."
Claro que fiquei tranquilíssima! Na minha cabeça começo a fazer o filme todo! "A minha filha está com o queixo aberto (para mim era já uma certeza!), desde as 10h40 que o colégio me tenta contactar e nada, a minha filha está no hospital com uma amorosa auxiliar mas sem a mãe...".
Tranquila eu?! Como não?! Super hiper tranquila! Brrrr!!! "Bom (penso eu), há que ver do que o carro é capaz!". Eu não corro, voo! Chego ao hospital. Estaciono onde calha, quero lá saber de parque de estacionamento, quero a minha filhinha que imagino deva estar aos prantos a chamar pela mamã!
Na receção sou atendida por um senhor simpatiquíssimo que me informa que não posso ter ali o carro mas que olha bem para a minha cara e pensa "Mãe desesperada, que se lixe o carro!". Subo o elevador e qual não é o meu espanto! Vejo a M. tranquilíssima (super coradinha é certo!), de mão dada com a auxiliar (a Tété, um amor!) e uns olhos de carneirinho triste!
Morri ali! Porra de mãe, penso eu! Porra de reuniões! Porra de queixo!
O antes
Naquele instante só queria segurar a minha filha, mas fui comedida! Toda a gente se cansou de elogiá-la (e com razão, mereceu todos os elogios!): "Portou-se tão bem! Uma verdadeira mulherzinha! Foi super paciente apesar de estar nervosa!"... e todos tiveram muita razão. A M. portou-se muito bem, a mãe é que não! Ossos do ofício! Mas sei que foi Deus que achou melhor assim! Tenho a certeza que comigo presente teria sido bem diferente! 
Aliás, a prova disso tive-a hoje! Fomos ao curativo. A M estava convencida que ainda não seria desta que ia tirar os seis lindos pontos que "colaram o seu queixo rachado" (como a própria gostou de o definir a quem contou teatralmente a sua história). 
O depois
Já tiramos os pontos e o comportamento da M., com a presença da mãe e do pai, foi bem diferente. Mais nervosa e receosa. Quando soube que não ia fazer curativo mas que ia tirar pontos não evitou as lágrimas nos seus grandes olhos. E eu quase me deixei ir com ela! Minha querida, quisera eu estar aí, sentada nessa cadeira, a sentir arrancar cada ponto (ainda que cuidadosamente) em vez de ti! Mas a vida de mãe é isto! Os nossos filhos nascem e são do mundo e aí daquela mãe que pensa doutra forma! 

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