domingo, 9 de junho de 2013

Sai à mãe e atira ao pai_parte 2!


O J. apesar de um bebé diferente da irmã foi sempre aos meus olhos uma réplica das suas feições e traços. Mais pequeno e com menos peso, é certo, a assemelhar-se a um passarinho pequeno e indefeso a precisar de muito colinho. Menos dorminhoco, menos comilão e se a M. adorava a chucha o J. faz do dedo polegar o seu grande consolo. Ela morena e de cabelo escuro, ele branquela e com escassos fios de cabelo cor de anjo. Uns afirmando convictamente que ela a cara do pai e ele todo mãe. Há ainda aqueles que arriscam dizer que é a cara-chapada do avó Manel, e este com orgulho recebe o elogio.
Enfim, tão diferentes para os outros mas tão parecidos aos meus olhos de mãe!
Desde o primeiro momento em que o recebi no colo e o olhei que achei ter conseguido o mesmo feito pela segunda vez. Mais franzino, com uma cabeleira menos farta não há dúvida, mas o mesmo rostinho - redondo, de bochechinhas rosadas, lábios delineados, olhinhos escuros e pestanudos… vi-a nascer novamente! Num parto muito mais fácil, vivido intensamente, numa sala de partos do mesmo hospital mas desta feita mais arejada e soalheira, num dia de sol e calor de março de fazer inveja ao presente mês de junho.
Foi dos momentos mais intensamente vividos nos meus 35 anos de vida e hoje olho para ele e penso que este pequeno J., de olhos escuros e cabelo d’oiro, foi um raio de luz a entrar na nossa vida. Chegou num momento difícil, de perda e dor, e de mansinho este bebé, pequeno e franzino, ocupou um espaço especial no coração de todos.


O espaço da M. continua lá, claro! Intacto! De primogénita! De princesa primeira que desde sempre alegra as nossas vidas, preenchendo-as e dando-lhes cor com as suas birras, as suas brincadeiras e as suas conversas sempre tão inteligentes e originais. Será para sempre a menina dos meus olhos. Sei que irá crescer, todas crescem! Sei que a minha vontade de que o tempo passe devagar (devagarinho, quase que parando) é inútil pois o tempo é dono e senhor mas, também sei, com certeza absoluta, que um dia, senhora do seu pequeno e perfeito nariz (saí à mãe), continuará a ser a menina dos meus olhos. Nessa altura, já enrugados e cansados mas ainda abertos e disponíveis para apreciar a minha obra prima eternamente adorada.

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